Nenhum governo eleito consegue gerir uma Nação onde a imprensa quer ser poder moderador
Sou jornalista desde 1979, quando comecei articular meus primeiros escritos aos 14 anos de idade. Na ocasião, vivíamos um processo de transição política iniciada em 1964 e concluída no início dos anos 80, com a anistia dos resistentes aquele processo, concluído por João Batista de Oliveira Figueiredo, que posteriormente veio a morar em Petrópolis, onde viveu seus últimos dias, de forma simples e de história aparentemente regular, a princípio, como o presidente que abriu às portas da democracia para o Brasil.
No jornalismo, até então, o respeito ou o medo pelas autoridades bélicas fazia imperar a postura prudente.
Doravante no entanto, com a legitimação da abertura política, os principais jornais passaram a sentir-se o Quarto Poder do Estado, da até então tripartição de Montesquieu, e até hoje não mais questionou os limites de sua auto regulamentação e importância na sociedade.
Atualmente, encontra-se marginalizada pela dependência financeira dos demais legítimos Poderes da República, como uma espécie de "jogadora de carteado" que acumula trunfos para usá-los quando melhor lhe convir.
Assim vejo a minha amada profissão secundária, ao abrir às páginas virtuais e me deparar com uma matéria em que determinado órgão desenterra uma, ainda investigação judiciária que tramita em segredo de justiça, sem desfecho final, portanto, sem resultado contundente, com fim exclusivo de fechar o fim de semana com um entre aspas: "furo de reportagem".
Ora, se a política está corrupta é porque a sociedade e seus organismos também o são corruptos.
Logo, é muito fácil atiramos pedras nos telhados alheios, esquecendo que nossa janela é de vidros.
Para concluir meu raciocínio, observo ainda, que tais divulgações só são publicadas quando o governo contraria os interesses desse pseudo, "Quarto Poder". Ficando claro que a jogatina da comunicação serve a interesses de impulsos empresariais do jornalismo comercial e, não informativo.
Em suma, na regra geral, respeitadas às instituições de comunicação raramente comprometidas com o dever de informar, às demais também extrapolam os limites da moral e da legalidade e, isso acaba por ser um óbice de qualquer governo de renovação e de conserto de estruturas viciadas, porque o veneno do mal, sempre vem sendo semeado, mais cedo ou mais tarde, em todo recomeço, seja da direita, do centro e/ou da esquerda. Ou eu estou equivocado em meu raciocínio?...
Comentários
Postar um comentário