Cultura não é matemática nem se impõe
Tenho acompanhado de forma minuciosa a pressão feita pela ocupação das mulheres e de outras raças na política, no STF e demais órgãos de natureza pública, mas a cultura não se impõe e muito menos é matemática.
Há com certeza uma evolução feminina e de raças no processo cultural brasileiro, mas a cultura machista e de preconceito não é fomentada de forma impositiva em nenhuma parte do mundo.
Precisamos caminhar no tempo certo e com parcimônia nesse tema delicado.
O próprio impeachment da ex presidente Dilma foi uma demonstração clara de cultura machista e preconceituosa, em pleno Século XXI, de que ela não tinha capacidade de segurar a onda, tanto que não encontrou forças para barrar sua saída, nem mesmo entre às mulheres. Bem da Verdade, os homens aproveitaram o machismo e o fato de ela ser mulher, para aplicar um pequeno golpe de poder enfeitado com ares de Estado de Direito.
Mas, retomando o assunto, outros exemplos de cultura do preconceito, podemos citar o assassinato da Mariele; às eleições dos LGBTQIA+ e até a eleição, reeleição, prisão e a volta por cima do nordestino, eleito pelo colégio eleitoral nordestino, que gera murmurinhos de que o Brasil do Norte é insalubre ao Brasil do Sul, a ponto do atual governador mineiro, tentar insinuar uma divisão regional da política nacional.
De forma que, tudo isso é parte da aculturação dos brasileiros, que não muda de uma hora para a outra.
Assim também é a atual pressão para a indicação de ministras mulheres e negras para o STF. Por hora, a resistência continuará existindo.
Se em 2000 anos, às mulheres continuam sendo coadjuvantes na Igreja, no Judaísmo e no Arábia Saudita, não será no Brasil, que esse processo cultural se modificará da noite para o dia.
A cultura não se impõe e, muito menos, ela é matemática.
Os próprios partidos políticos imploram que as mulheres, tomem lugar nas filas dos quadros eleitorais das Eleições ano após ano e elas mesmas relutam.
Essa cultura eu enfrento nos bastidores da política, a cada processo que atuo, de dois em dois anos.
De forma que cultura não é matemática, nem se impõe.
O processo cultural é gradativo e exige tempo.

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