Opinião: "Parlamentarismo na essência"
Nessa queda de braços desde a promulgação da Constituição de 1988, quando, votada e aprovada, eu e outros companheiros sustentávamos que a Carta Magna seria uma das mais democráticas do mundo, bem como, nas entrelinhas, também, seu modelo visava a aprovação do Parlamentarismo, no plebiscito nela previsto, também já registramos um viés parlamentarista no bojo de seu texto.
Passados quase quarenta anos, mesmo com a opinião popular no plebiscito sendo negativa, os ideais parlamentaristas, ainda que não de direito, se consuma de fato e na essência, diante do quadro político pelo qual passa a política nacional.
Lula, o presidente do Executivo em queda de braços com Lira, o presidente da Câmara dos Deputados, que ameaça o mandatário, de se enquadrar nas novas regras, já impostas ao ex presidente Jair Bolsonaro.
Embora ilegal à luz do regime político constitucional, acabou-se legal, ou melhor dizendo, moral à luz dos fatos.
Lembro-me que em meio ao fanatismo e a intolerância, políticas, instaladas no período eleitoral, já adverti que qualquer eleito, teria que ter "jogo de cintura" para gerenciar a Nação até 2026.
Quando da vitória esmagadora de correligionários de Bolsonaro ao Congresso e de Lula ao Palácio do Planalto, cheguei até dizer que essa Eleição foi a mais democrática e por permissão Divina, que poderia ter acontecido.
E a cada dia me convenço de que estava certo. É óbvio que a minha visão e profissional nada tem a ver com meu viés político, pois, sou cidadão também e tenho direito de ter minha opinião.
Disse mais ainda, otário seria o eleitor fanático que continuasse vivenciando um pós eleição de luto pela vitória dessa ou daquela corrente política. E a realidade está aí. Um Poder Executivo tendo que debater com o Poder Legislativo os destinos e o que é melhor para a Nação.
Dicotomias a parte, é assim que a política deve caminhar. Legislativo debatendo com Executivo e vice versa. Chega de coronelismo.
O que não pode acontecer, aí eu discordo, é fatiar os recursos públicos em benésses pessoais, desperdiçando o interesse da Coisa Pública.
Por isso que podemos afirmar que no Brasil hoje está instalado um Parlamentarismo na essência.
E isso não se resume a esfera Federal. Os Estados e os Municípios também precisam se enquadrar nesse novo modelo, que vem ganhando frente há 38 anos.
Certo ou errado, são outros quinhentos. Quem não estiver satisfeito impulsione o STF a se pronunciar. Aliás, os limites e os rumos da política nacional estão tão mal definidos, que a Suprema Corte está abarrotada de processos, a ponto de ser mais protagonista do que os demais Poderes da República.
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